terça-feira, 2 de junho de 2009

UMA HISTÓRIA DE VIDA

Eu, Daniel Filipe Moreira de Paiva, tenho 15 anos e nasci a 23 de Novembro de 1993, no Hospital de Oleiros, pelas 18h:00m.
Sou natural de Lourosa, mas vivo em Guisande.
Quando eu era ainda muito pequeno e morava em Lourosa, perto da minha avó, comecei a ficar doente, mas ninguém conseguia descobrir a razão para tal, nem os médicos, nem a minha mãe. Como não melhorava, levaram-me ao hospital de Santa Maria da Feira. De lá, fui transferido para o hospital de Gaia onde fui examinado e fui encaminhado para o IPO. Foi então que os meus pais foram informados do meu problema: eu tinha um tumor entre os pulmões e o coração e tinha de ser operado com urgência. Apesar do desespero dos meus progenitores, eles foram ainda confrontados com um brutal dilema: se eu não fosse operado, podia morrer, mas, se fosse operado, podia ficar paralítico da cinta para baixo. Acabaram por optar pela operação.
Um dia antes de ser operado, a minha mãe e a minha avó foram rezar para que tudo corresse bem. No dia seguinte, com a minha mãe a reconfortar-me, fui levado para a sala de operação.
A operação à coluna durou oito horas e tudo indicava que tinha corrido bem. Acordei com a presença dos meus pais e da minha avó. Estava cheio de ligaduras e doía-me as costas.
No entanto, a minha história não fica por aqui. Passado algum tempo, tive que ser operado aos pulmões, porque não conseguia respirar. Foi então que me colocaram um tubo nas costas para sair a matéria. Porém, um dia, quando um enfermeiro estava a fazer-me o curativo, cortou-me o tubo por lapso e eu tive de ser operado novamente. Infelizmente, esta operação não correu muito bem: deixei de caminhar e os médicos «deslocaram-me» a coluna. Pensaram que, com um colete, as coisas iriam resolver-se, mas não.
Além disso, fiquei careca por causa dos tratamentos.
Estive mais ou menos um ano internado sem ir a casa. A minha mãe só ia casa ao fim de semana e, quando isso acontecia, eu ficava com a minha avó. Depois, tive que fazer fisioterapia, queria voltar a caminhar custe que custasse! Assim consegui, fiz o tratamento e voltei a andar.Neste período, enquanto estava internado, fiz amigos com quem brincava. É claro que quando algum ia embora, eu ficava triste por não poder ir também. Todas as manhãs, ia para a janela ver os autocarros e ver quando o meu pai chegava. Acabei por passar o meu aniversário e o Natal no hospital. Por fim, chegou a hora de me ir embora, tinha eu já três anos.
A partir daqui, a minha vida decorreu na «normalidade», isto é, andei na escola, fiz grandes amizades e sofri o desgosto da reprovação no sétimo ano de escolaridade.
No final do oitavo ano, decidi ir para um curso. Aqui, conheci pessoas com quem me dou bem, como por exemplo, o Diogo, o Marco, o Calçada, entre outros. Sou tratado amistosamente por King.
Quando o curso acabar, vou ter saudades dos meus grandes amigos.
Não é por ter tido os problemas que tive que sou diferente, eu sou igual aos outros miúdos da minha idade, sou muito feliz e tenho orgulho em ser como sou.


Daniel Paiva - CEF C

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