sexta-feira, 6 de junho de 2008

TEXTO VENCEDOR DO CONCURSO ESCOLAR " Uma lenda sobre a União Europeia", PROMOVIDO PELA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTA MARIA DA FEIRA


Um super-poder inimaginável

Há muito, muito tempo, a Europa era governada por super-heróis que utilizavam os seus super-poderes para resolver todos os problemas dos seus países. Uma chuvada mais forte que destruía as colheitas e plim! Voltavam os campos a ficar cheios de frutos apetitosos. Era fácil governar e os super-heróis já andavam aborrecidos, sem desafios novos, sem nada diferente para fazer.
- Que «seca»! Não se faz nada! Eu quero acção e passo os dias sentado no sofá – disse aborrecido Obélix.
Tal como Obélix, os outros super-heróis sentiam o mesmo enfado. Então, um deles, Hulk(1), resolveu mandar o seu super-poder para o vizinho lançando alguma animação que acabou em grande confusão(2).
- Ides morrer, seus exemplares inferiores da raça humana! Desgraçados! – gritava Hulk.
- Experimenta, seu triste! – responderam o Super Homem(3) e Obélix(4,5)
Contudo, o super-poder de Hulk era inesgotável. Os vizinhos, um a um, iam sendo dominados por ele. Primeiro os mais pequenos, mas até Obélix, surpreendentemente, caiu nas suas garras. Era o desespero de toda a Europa. Todavia, o Super-Homem não desistia. Decidiu lutar enquanto o seu super-poder o permitisse. Do outro lado do mundo, o Tio Patinhas(6) estava preocupado, pois não entrava dinheiro na sua bolsa. Resolveu enviar os seus espiões para investigarem o que se passava no velho continente. Entretanto, Hulk, sem medir as consequências, esgotou o seu super- poder. Obélix, Super-Homem, Tio Patinhas e outros uniram-se, juntaram os seus super-poderes até ao limite e destruíram Hulk. O preço foi ficar sem os seus super-poderes. No contrato para a atribuição do super-poder, este só podia ser utilizado para o bem. A morte e a destruição que provocaram desobedeciam ao contrato.
Era urgente resolver os problemas económicos de uma Europa destruída. Os super-heróis destituídos dos seus poderes não eram capazes de solucionar os problemas que afligiam os seus reinos. Desesperados e desiludidos conversaram entre si e decidiram convocar uma cimeira para discutirem soluções. Nesta estiveram, entre outros, Sherek, Robin dos Bosques, Quarteto Fantástico, Obélix, Batman, Super-Homem, Tio Patinhas como observador e Sininho como moderadora.
Sininho, após ter cumprimentado todos os representantes, falou-lhes dos problemas que os preocupavam e pediu que fizessem um esforço para a resolução dos mesmos.
- Só vamos conseguir resolver os nossos problemas se a Europa for reconstruída – declarou o Super-Homem.
- Eu só queria relembrar que reconstruir a Europa passa pela abertura de novas fábricas e por novos métodos de trabalho para termos lucros – lembrou o Tio Patinhas.
- Muito bem! – responderam todos.
- Vocês só pensam em lucro, dinheiro… e o bem-estar das pessoas não conta? Não será isso o mais importante? – perguntou irritado Sherek.
- Ele tem razão. Há muita pobreza, muita doença, muita miséria… - disseram o Quarteto Fantástico e continuaram:
- Pessoas doentes e com fome não podem trabalhar, seus incompetentes.
- Vão chamar incompetentes a quem…
- Ordem! Ordem! O Sherek e o Quarteto Fantástico têm razão. Temos de começar por melhorar as condições de vida de todas as pessoas. A riqueza não pode estar só na mão de alguns - lembrou Sininho.
- Está bem. Agora só podemos utilizar a nossa sabedoria para ajudar os que mais precisam já que não temos super-poderes – disse Obélix.
- Posso falar? – perguntou Robin dos Bosques.
- Faça favor – disse Sininho.
- Eu quero, melhor, exijo que todos os países se desenvolvam e todos tenham boas condições de vida. Que os ricos partilhem com os mais pobres.
- Eu quero igualdade entre todos os países sem depender da raça, cor, religião ou opinião política – exigiu Sherek.
- Eu não concordo. Cada um que trabalhe e se esforce para crescer. Que é isso de partilha, igualdade? - refilou alguém.
- Calado, seu egoísta! Estamos aqui para nos ajudar uns aos outros para que o desenvolvimento chegue a todos – disse Batman – Nunca ouviste dizer que «Casa que não tem pão todos ralham e ninguém tem razão?»
- Ordem! Ordem! Vamos deixar o Quarteto Fantástico falar – ordenou Sininho.
- Eu concordo com Robin – disse um dos membros do Quarteto.
- Eu acho que devíamos formar uma verdadeira união em que todos defendêssemos princípios não só económicos e humanos mas também a paz, a segurança, a qualidade de vida, … Enfim, sermos uma verdadeira família.
- Uma verdadeira família?! – inquiriu o Super-Homem.
- Temos de nos unir pelo bem de todos. Sozinhos não vamos a lado algum.
Fez-se uma grande balbúrdia na sala. Falavam todos ao mesmo tempo, respondiam com má educação uns aos outros, não se entendiam. Sininho bateu as asas para subir um pouco mais e disse:
- Percebo a vossa situação, mas temos de chegar a uma conclusão.
- Se nós ainda tivéssemos os nossos super-poderes… – lamentou Batman.
- Agora não vale a pena lamentar. O super-poder é ajudarmo-nos – afirmou Robin.
- Ai sim? E entreajuda é por acaso algum super-poder de jeito? – perguntou irónico o Burro.
Voltou a haver confusão na sala com todos a falarem ao mesmo tempo, defendendo ou não se a entreajuda seria um super-poder.
- Então, meus senhores, a que conclusão chegaram? – perguntou Sininho.
Batman tomou a palavra:
- Concordamos que o bem-estar de todos dependa da nossa disponibilidade para ajudar. Vamos elaborar uma carta com os pontos que desejamos sejam cumpridos por todos.
- Como vêem não são precisos super-poderes extravagantes para resolver problemas. Basta a entreajuda e o espírito de companheirismo - concluiu Sininho.
- Bem, é que eu com os meus super-poderes ganhava muito dinheiro – lamentou Tio Patinhas –Contudo, satisfaz-me saber que ajudei, sem usar o poder do negócio.
Agora sabiam a verdade mais inestimável, aquela que se há vinte anos conhecessem nem tinham sequer começado a guerra. A diversidade de opiniões traz desenvolvimento e o respeito das mesmas gera equilíbrio. Não há super-herói melhor que outro super-herói, assim como não há super-poder individual que seja superior a outro. Só com o esforço de todos se pode criar um super-poder inimaginável – a entreajuda.
Em toda a Europa só o Burro do Sherek ficou triste, pois com este novo super-poder encontrado – a entreajuda – não ia de certeza voltar a ser um corcel lindo. Sherek irritado disse:
- Ó Burro, cala-te! Não aprendeste a lição? O egoísmo pode conduzir a muita destruição e sofrimento.
A Europa conseguiu unir-se para que a paz, a solidariedade, a igualdade e a liberdade fossem uma realidade. Nunca devemos esquecer que a “união faz a força”.
Sininho encerrou a reunião, dizendo:
- Meus amigos, obrigada pela vossa colaboração. Estou feliz! Acredito na União Europeia. Esta jamais morrerá. Levantemo-nos e, de mãos dadas, cantemos o Hino da Alegria.


Notas:
1 Hulk - governante da Alemanha.
2 Estávamos em 1939 (a Alemanha ataca a Polónia).
3 Super-Homem - governante da Inglaterra.
4 Obélix - governante de França.
5 A França e a Inglaterra declaram guerra à Alemanha.
6 Tio Patinhas - governante dos Estados Unidos da América.
Trabalho realizado pelos alunos do 6ºB, com a orientação da professora Lisdália

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